Apagões e o Brasil
No nosso país os apagões estão se tornando acidentes
extremamente perigosos e de custos mal avaliados. Em compensação o Setor
Elétrico agora é um ambiente de especulação financeira e política.
Precisamos crescer, gerar empregos, dignidade. Nada pior
para uma pessoa honesta e responsável do que a ociosidade, não poder trabalhar,
não merecer o que recebe, se tiver alguma fonte de renda. Ser produtivo,
contudo, depende de fatores externos, principalmente dos nossos governantes
federais. De repartições públicas de Brasília saem diariamente decisões que
viabilizam ou inibem oportunidades de trabalho.
O que é lamentável, contudo, é a predisposição dos nossos
políticos para a conquista fácil de votos, sem se preocuparem em formar um povo
eficaz, produtivo e satisfeito com o país em que vive.
Os serviços essenciais, por exemplo, se transformaram em
pasto de especuladores e oportunistas. No Brasil gradativamente, mais uma vez,
terminamos sob o império internacional de grupos muito bem camuflados.
O apagão de 19 de janeiro de 2015 foi exemplar. A
fragilidade de um sistema ainda mal equilibrado é preocupante.
A modelagem construída coloca a produção, transformação,
transmissão e distribuição de energia elétrica em leilões e acordos que se subordinam
a interesses financeiros e empresariais, e não à necessidade de atender com
segurança e qualidade o povo brasileiro.
Não é de se estranhar a ausência de campanhas permanentes,
fortes e inteligentes de racionalização do uso da energia. O que importa é o
lucro.
O Setor Elétrico, mais do que essencial, depende de
conveniências de grupos privados e disposição dos governantes para enfrentar e
decidir de forma adequada diante dos interesses e fobias de ONGs e até de países
estrangeiros. Aqui dentro a ação de empresários nem sempre nacionalistas,
procurando apenas a satisfação de suas necessidades, leva ao desperdício e mal
uso de nossos recursos naturais. Exportamos energia em forma de lingotes e
produtos semiacabados. A mina de ouro, a Tecnologia mais nobre, fica lá fora.
Pior ainda, o mito de que nossa Presidenta entende de
energia está custando uma fábula de dinheiro para os brasileiros. Em energia
elétrica, onde podemos falar com mais convicção, é desolador ver que só não
estamos com um tremendo racionamento porque a Economia parou há um ano, pelo
menos. Continuamos com índices de crescimento ridículos e elevações de custos e
impostos.
Mas, e a eletricidade?
Chegamos a um cenário assustador. Reservatórios muito baixos
(o que inclusive reduz o rendimento das usinas), atraso de obras importantes,
cultura do desperdício, lógicas equivocadas de custo e benefício, padrões
precários, cultura técnica insuficiente etc., ou seja, mais do que simplesmente
a falta de chuvas e a onda de calor. Pior ainda, a atuação de até federações
industriais, FIESP para ser mais preciso, querendo baixar tarifas quando era o
momento de uma ação inversa, racional e severa [ (Dilma anuncia redução ainda maior na tarifa de energia, 2013) , (Vídeo:
Dilma reconhece pioneirismo da Fiesp na luta pela redução das tarifas de
energia) ,
(Fiesp lança campanha “Energia a preço justo”, 2011) ].
Qual seria a campanha da FIESP agora?
Redução de consumo?
Seria fantástico se nossos grandes empreendedores levassem
ao governo bons projetos e parcerias de boa qualidade e honestidade. O Brasil
precisa de tudo, em São Paulo até água está faltando.
Com os escândalos apontados pela mídia, Operação Lava Jato,
Metrô de SP etc. concluímos que a parceria governo e centrais de empresários
não foi muito saudável...
Cascaes
20.1.2015
Dilma anuncia redução ainda maior na tarifa de
energia. (24 de 1 de 2013). Fonte:
FIESP: http://www.fiesp.com.br/noticias/dilma-anuncia-reducao-ainda-maior-na-tarifa-de-energia/
Fiesp lança campanha “Energia a preço justo”. (18 de 8 de 2011). Fonte: FIESP:
http://www.ciesp.com.br/noticias/fiesp-lanca-campanha-energia-a-preco-justo/
Vídeo: Dilma reconhece pioneirismo da Fiesp na luta pela
redução das tarifas de energia.
(s.d.). Fonte: FIESP:
http://www.fiesp.com.br/multimidia/video-dilma-reconhece-pioneirismo-da-fiesp-na-luta-pela-reducao-das-tarifas-de-energia/