Qual era a previsão de crescimento da Economia quando a EPE
fez os leilões para novas usinas?
O Setor Elétrico exercita uma prática de, há décadas,
planejar a expansão do parque gerador, sistemas de transmissão e distribuição
assim como de aprimoramento de técnicas operacionais entre outras coisas usando
dados de planejamento do crescimento da Economia, PIB, consumo per capita
provável etc., formando um conjunto de parâmetros antigos, passíveis de
reavaliação.
Tudo, desde leis relativas a impacto ambiental à limítrofe (Lei 8.666, de 21 de junho de 1993) inibem cronogramas,
podendo causar enormes prejuízos ao povo brasileiro. Junte-se a isso o espírito “provi-sempre” e a
demagogia...
O planejamento da expansão do Setor Elétrico, movimentando
muito dinheiro (muito menos que a área financeira – Banco central) é
especialmente afetável pelos grandes grupos econômicos.
Essa atividade, infelizmente, esteve sempre subordinada a
conveniências políticas, de carteis, grupos de lobistas e nas mãos de pessoas
ingênuas, talvez acadêmicas demais.
O Brasil não ajudou, muito menos o cenário internacional.
Crises e modismos levaram a descontinuidades fortes assim
como ao gerenciamento de fábricas a concessionárias de acordo com lógicas
primárias de Economia, Administração e Tecnologia.
Os gerentes de alto nível vieram de grupos seletos e até
fechados de especialistas residentes nas capitais e de conveniência de quem
mandava.
Medem-se conhecimentos, diplomas, medalhas, mas é muito
difícil medir a resistência das pessoas a pressões de lobistas e políticos.
Em tempo, na estratégia do máximo lucro e menor custo a
confiabilidade, qualidade de serviços e definição de riscos ficou em segundo
plano. Afinal, para governos que permanecem no comando do país por poucos anos,
qual o significado de riscos mínimos e proporcionais aos interesses e
necessidades do povo brasileiro?
Atualmente sentimos, perplexos, os resultados de estratégias
estranhas e decisões simplistas [ (As Incoerências da MP 579) , (Atrasos em série dobram o risco de racionamento, 2013) , (Ilumina -
Instituto de Desenvolvimento Estratégico do Setor Elétrico) ].
Por muito pouco, muito pouco mesmo, o Brasil não mergulhou
de cabeça num enorme racionamento em 2012. O último que aconteceu em 2001, além
de desmontar sonhos políticos, derrubou a atividade econômica de modo sensível (Alexandre Canazio, 2011) . Muita gente com
artes de aprendiz de feiticeiro e apaixonada pelas lógicas neoliberais criou
influências que produziram o modelo atual. Na maioria absoluta, contudo,
representando corporações e partidos políticos, poucos com experiência real de
acompanhamento de grandes obras, comissionamento, operação e de
responsabilidade com grandes empresas concessionárias. Essa deficiência é
extremamente perigosa. Aliás, todos deveriam estudar um pouco os discursos de
Michel Foucault (Livros e Filmes Especiais) para sentir,
aplicando-se reflexões mais críticas, que as nossas ciências estão longe de
serem realmente exatas.
O drama continua sendo a limitação de conhecimentos e
inteligência de qualquer ser humano. Algo mais e mais importante considerando a
existência e construção de grandes instalações, de prédios a Usinas de geração
de energia, passando pelas gigantescas plataformas de exploração de petróleo em
alto mar...
Devemos, precisamos repensar muitas atitudes com isenção de
ânimo e coragem. Isso significa entender que o gigantismo atual é mal avaliado,
altamente perigoso. Desde sabotagens a acidentes naturais podem varrer
populações que vivem em cima de paióis colossais.
A fragilidade do Setor Elétrico pode ser verificada de
diversas maneiras, a dos grandes gerentes é mais difícil. Afinal, terão
humildade e disposição para análises sensatas?
O apagão de hoje, 28 de agosto de 2013, afetando o Nordeste
é um exemplo pequeno do pode acontecer, vão dizer que a culpa é dos porteiros,
bombeiros e mordomos?
Cascaes
28.8.2013
(s.d.). Fonte: Ilumina - Instituto de Desenvolvimento
Estratégico do Setor Elétrico:
http://www.ilumina.org.br/zpublisher/secoes/home.asp
Atrasos em série dobram o risco de racionamento. (2013). Fonte: Ilumina:
http://www.ilumina.org.br/zpublisher/materias/Noticias_Comentadas.asp?id=20115
Alexandre Canazio, d. A. (10 de 6 de 2011). A
partir do plano de contingenciamento de consumo de energia que mudou para
sempre o setor elétrico do país, agentes observam os avanços e desafios
impostos com medida. Fonte: ANACE:
http://www.anacebrasil.org.br/portal/index.php/midia-e-eventos/anace-na-midia/item/569-racionamento-dez-anos
As Incoerências da MP 579. (s.d.). Fonte: ILUMINA:
http://www.ilumina.org.br/zpublisher/materias/Noticias_Comentadas.asp?id=19947
Cascaes, J. C. (s.d.). Fonte: Livros e Filmes
Especiais: http://livros-e-filmes-especiais.blogspot.com.br/
Civil, C. (s.d.). Lei 8.666, de 21 de junho de 1993.
Acesso em 23 de 4 de 2012, disponível em Presidência da República - Casa Civil:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8666cons.htm
Nenhum comentário:
Postar um comentário