O teatro da vida elétrica
Viver é uma experiência complexa e interessante, quando
temos condições de fazer retrospectivas e análises do passado ao presente.
Existir no Setor Elétrico mais ainda.
Somos um país de piadas de mau gosto e explicações
oportunistas geradas nos palácios, onde seus ocupantes expõem o Brasil a
critérios heterodoxos e perigosos. O comunicado do MME pede tranquilidade, mas
incomoda em seus primeiros parágrafos.
O que é potência instalada? Um veículo, um carro de corrida,
por exemplo, pode ter uma potência enorme (KW, MW, GW). O aprimoramento de
motores amplia essa característica que não escapa, contudo, do volume e
qualidade dos combustíveis que pode carregar. A autonomia depende dos tanques
de combustível e do rendimento dos motores e subsistemas de tração. A
quantidade de combustível é a energia, algo equivalente ao que podemos acumular
nos reservatórios das hidrelétricas ou nos pátios e silos das termoelétricas.
Os aerogeradores lembram as caravelas, só navegavam se
existisse vento, graças a uma calmaria descobriram o Brasil... Não acumulam
energia, transferem-na para reservatórios de hidrelétricas, por exemplo, se os
reservatórios existirem e com capacidade ociosa.
Um carro tem muito mais do que motor e tanque de
combustíveis. Os pilotos mais azarados da F1 sabem disso. O que acontece numa
competição é didático e serve de analogia com um sistema energético
extremamente complexo, gigantesco e cheio de informações e softwares gerados
por “caixas pretas”, algo imensamente mais complicado, mas tão discutível
quanto os modernos sistemas de bilhetagem do transporte coletivo urbano de
nossas cidades.
O release do MME desvia a atenção da energia para a potência
instalada[1] (MME, 2014) , parece
desonestidade intelectual.
Foi de doer ver e ouvir o Ministro das Minas e Energia
dizendo que se os brasileiros queriam maior segurança deveriam pagar mais, até
parece a discussão da tarifa técnica dos ônibus. A conta já é de alguns bilhões
de reais a ser cobrada adiante (Ilumina - Instituto de
Desenvolvimento Estratégico do Setor Elétrico) e todos esperavam
que estivéssemos agora no melhor dos mundos. Nossos planejadores esqueceram a
parafernália legal brasileira que simplesmente trava o país e os azares de
qualquer obra e indústria. O histórico recente de entrada em operação de
grandes usinas não sugere credibilidade em cronogramas otimistas.
Escapamos de um tremendo racionamento de energia graças à
estagnação da economia brasileira.
Pior ainda é o desespero da Presidenta no combate à inflação
causada, entre outros fatores, pela mística da Copa do Mundo. Empurrar tarifas
para o fundo do poço pode afogar investimentos importantes.
Mas a declaração do nosso ministro, Sua. Excia Edson Lobão[2],
foi um primor de ...
O ministro disse:
“Se tivermos que ter uma sobra de energia elétrica para
garantir uma segurança ainda maior do que temos hoje – e a que temos é grande e
sólida – teremos de pagar por isso” ( FOLHAPRESS, 2014) ,”
Sim, e
já pagamos muito. Se, contudo, formos obrigados a considerar tudo o que
acontece fora de nosso controle e carente de auditorias severas e independentes
vamos pagar muito mais, erram demais, por quê?
Lamentavelmente
estamos num país em que perdemos autonomia para grupos instalados em Brasília e
Rio de Janeiro, o cume da montanha das conveniências, vaidades, conflitos e
alienações terríveis.
O Setor
Elétrico tem, entretanto, o mérito indiscutível de oferecer informações técnicas
valiosas em muitos portais [ (ONS - Operador Nacional do
Sistema Elétrico) ,
(ANEEL _ Agência Nacional de Energia Elétrica) , (CCEE -
Câmara de Comercialização de Energia Elétrica) , (EPE -
Empresa de Pesquisa Energética) , (MME -
Ministério de Minas e Energia) ]. O que se
imaginaria seria a existência de mais debates e estudos a partir de polos de
inteligência e cultura técnica. Temos, inclusive, secretarias de energia em
muitos estados, o que fazem?
O que
nos preocupa é perceber que carecemos de lideranças capazes de dialogar com
sinceridade, objetividade e transparência. Parece que o terrorismo da
Presidenta atrapalha demais, mais ainda porque Sua. Excia. acredita que entende
de Engenharia, dá palpite desmerecendo até projetos de arenas (estádios de
futebol (Do UOL, 2014) )...
Cascaes
15.2.2014
(s.d.). Fonte: Ilumina - Instituto de Desenvolvimento
Estratégico do Setor Elétrico:
http://www.ilumina.org.br/zpublisher/secoes/home.asp
FOLHAPRESS. (15 de 2 de 2014). “Consumidor terá de
pagar por sistema mais seguro”, diz Lobão. Fonte: Gazeta do Povo:
http://www.gazetadopovo.com.br/economia/conteudo.phtml?tl=1&id=1447469&tit=Consumidor-tera-de-pagar-por-sistema-mais-seguro-diz-Lobao
ANEEL _ Agência Nacional de Energia Elétrica. (s.d.). Fonte: ANEEL: http://www.aneel.gov.br/
CCEE - Câmara de Comercialização de Energia Elétrica. (s.d.). Fonte: CCEE:
http://www.ccee.org.br/portal/faces/pages_publico/quem-somos?_afrLoop=172013205930000#%40%3F_afrLoop%3D172013205930000%26_adf.ctrl-state%3D7dg6vwe_178
Do UOL, e. S. (23 de 01 de 2014). Dilma faz as
pazes com Blatter e promete arenas prontas: "Obra é simples".
Fonte: UOL:
http://copadomundo.uol.com.br/noticias/redacao/2014/01/23/dilma-e-blatter-adotam-discurso-conciliatorio-e-prometem-estadios-prontos.htm
EPE - Empresa de Pesquisa Energética. (s.d.). Fonte: EPE:
http://www.epe.gov.br/Paginas/default.aspx
MME - Ministério de Minas e Energia. (s.d.). Fonte: MME: http://www.mme.gov.br/mme
MME, A. d. (13 de 2 de 2014). Equilíbrio estrutural
do setor elétrico garante o suprimento, diz CMSE. Fonte: MME:
http://www.mme.gov.br/mme/noticias/destaque_foto/destaque_432.html
ONS - Operador Nacional do Sistema Elétrico. (s.d.). Fonte: ONS: http://www.ons.org.br/home/
[1] O
Brasil, em 31 de dezembro de 2013, apresentava uma capacidade instalada de
126.755 MW, considerando da usina de Itaipu apenas a parcela brasileira. O
Brasil também dispõe da parcela paraguaia de Itaipu não utilizada por aquele
país, cerca de 5.000 MW. Em termos de fontes, essa capacidade distribui-se em:
86.019 MW de hidrelétricas; 38.529 MW de termelétricas; 2.202 MW de eólicas; 5
MW de solar fotovoltaica. http://www.mme.gov.br/mme/noticias/destaque_foto/destaque_432.html
[2] Advogado com bacharelado em Direito pelo Centro
de Ensino Unificado de Brasília (CEUB),
Edison Lobão preferiu trabalhar como jornalista e
assim foi empregado dos jornais Correio Braziliense e Última Hora, e
da revista Maquis, além de ter chefiado o departamento jornalístico
da Rede Globo no Distrito
Federal.
Antes de optar pela
política integrou o conselho de administração da antiga Telebrasília,
(Telecomunicações de Brasília S/A). É casado com a deputada federal Nice Lobão,
com quem tem três filhos. Sua irmã, Nerine Lobão Coelho, é
cenógrafa e professora da cadeira de Artes Cênicas do curso de Educação Artística
da Universidade
Federal do Maranhão. Ela foi também
diretora do Teatro Arthur
Azevedo e atualmente reside em
São Luís.
Assessor do Ministério
de Viação e Obras Públicas (1962),
do governo do Distrito Federal (1964/1968) e do Ministério do Interior (1969/1974),
foi eleito deputado federal pela ARENA e a seguir pelo PDS em 1978 e 1982, ingressando no PFL em atenção à liderança política de José Sarney,
que manteve o controle da seção maranhense da legenda embora filiado ao PMDB desde a sua
candidatura a vice-presidente de Tancredo Neves.
Wikipédia
Nenhum comentário:
Postar um comentário