Serviços essenciais – a importância de tudo – feliz
aniversário Curitiba
Parabéns Curitiba, 324 anos!
Aqui encontramos trabalho, criamos filhos (de 3, um casal
curitibano), nasceram netos e até um bisneto (duas em Cuiabá). Amamos essa
cidade e assim lutamos para que melhore sempre.
A visão crítica, entretanto, impõe análises. Casos de rotina
ensinam muito.
Mudar de residência, exemplificando, tem suas vantagens. Descobrimos
a tendência de não perceber mais o que poderia ser corrigido. Isso é reforçado
pela ociosidade e preguiça intelectual que adquirimos após aposentadoria por
tempo e limitações graves.
Por mais senis que estejamos, contudo, podemos cheirar (mal
se lembrarmos do olfato dos tempos juvenis), tocar, ver alguma coisa, pensar e
lembrar da vida mais ativa, rever lembranças em álbuns e filmes.
A vida profissional, contudo, marca demais nosso
comportamento e nossos CVs (meu e de minha esposa) são motivo de orgulho pois
tivemos oportunidades fantásticas de aprender muito assim como agora, em
viagens de turismo pelo exterior e principalmente Santa Catarina, comparar o
que temos em Curitiba, assustadoramente precária em muitos serviços e com
diretrizes cambiantes. Dizem que no Brasil a capital do Paraná é um paraíso,
imaginem o que deve existir por aí...
O crescimento excessivamente rápido dessa metrópole em torno
de Curitiba, hoje aniversariando, desmancha ilusões de esperanças antigas.
Tivemos épocas em que a capital do Paraná era um ambiente de polêmicas e ações
enérgicas de concessionárias e da própria PMC. Em tempos da década de oitenta
discutimos muito, mas os efeitos das crises pretéritas, da época e posteriores
criaram frustrações tremendas que talvez expliquem o relaxamento incrível em
relação à boa Engenharia, Educação, Urbanismo, Saneamento Básico, Energia,
Acessibilidade etc.
Muitos dos problemas atuais, contudo, poderiam não existir
se todos cumprissem suas obrigações, inclusive profissionais e políticas.
Governantes esqueceram de impor prioridades sadias, empresários maximizaram
lucros e trabalhadores silenciaram.
Turista é turista e o importante é saber onde tirar bons selfies.
O que não veem sentimos.
Idosos, caímos em calçadas, buracos, dentro de ônibus, somos
atropelados por ciclistas ainda que toquem suas sinetinhas (vamos perdendo a
audição e visão), entramos nas estatísticas mórbidas das pessoas idosas
aumentando os custos do INSS, IBGE etc.
E o que sabemos ou podemos descobrir?
Por exemplo, conversando com especialistas soubemos o que
provoca o tremendo mau cheiro em alguns lugares da Rua das Flores, do beco onde
moro (Romédio Dorigo) e provavelmente em outras ruas e praças.
Observando a construção de prédios vamos sentindo que o
importante são as plaquinhas do CREA, PMC e construtoras. Impacto ambiental
urbano? Existem análises democráticas e bem feitas para definir critérios e
técnicas? Fiscalização enérgica? Qualidade real? Está sonhando, cara!
A ABNT e normas internacionais dizem como projetar,
construir, operar e fiscalizar bem qualquer prédio, instalação,
concessionárias, cidades enfim. As normas técnicas são importantíssimas e
talvez devam ser mais enérgicas. Lembrar
que podemos ter agravamentos severos graças a mudanças climáticas é assustador.
E usos inadequados da legislação existente (Solo Criado em
destaque)?
Nossas calçadas são feitas sem critérios enérgicos; a PMC
ainda não descobriu que elas devem ser contínuas, sem obstáculos, seguras,
antiderrapantes e utilizáveis por todos. Isso parece ser a última prioridade.
Maravilhosamente o Poder Judiciário age com rigor contra
corruptos e corruptores. Os Ministérios Públicos estão mudando, será que
demorarão a agir de forma eficaz contra as maldades urbanas?
Enquanto não temos resultados eficazes, até porque estamos
entupidos de impostos, taxas, custos sem resultado proporcional (deverão
aumentar?), precisaremos viver numa cidade mais e mais poluída e degradada?
A sugestão, antes de ir às compras: levem lentes de aumento
para estudar com atenção tudo o que for possível do objeto desejado. De
apartamentos, automóveis a produtos comestíveis e bebíveis é prudente ter
paciência. É necessário? Com certeza, pois num mundo superpovoado podemos vir a
ser simples estatísticas de otários, doentes, pessoas indignadas etc.
Teremos eleições, os candidatos não são objetos. O que fazer
diante do que estamos descobrindo?
Cascaes
29 de março de 2016