sexta-feira, fevereiro 07, 2014

Um incidente que diz tudo desse Governo Ilusionista

Caos na GOL
Cheguei ontem pela manhã ao aeroporto de Brasília para embarcar em Tocantins em um vôo da GOL. Conforme postei aqui, fui convidada para a solenidade de lançamento do Mamuth, equipamento acessível para embarque e desembarque de passageiros com deficiência.
De acordo com a exigência da ANAC, minha assessoria avisou com antecedência de que uma cadeirante embarcaria naquele vôo. Esse aviso foi passado tanto por e-mail, ao ‘Relações Institucionais da GOL’, quanto presencialmente, na loja da companhia.
Contudo, ao chegar no aeroporto, fui informada de que o avião estava em posição remota. Ou seja, não embarcaríamos no finger. Perguntei então sobre o ambulitf, segunda opção de embarque acessível para passageiros com mobilidade reduzida.
- A Gol está sem ambulift, responderam.
- A GOL nunca teve ambulift. Você pediu o ambulift da TAM?
- “Pedi não”.
Fiz a pergunta, pois sei que no aeroporto de Brasília só há um ambulift da TAM.
- Você vai pedir?
- Tá, vou.

Eu sabia que ela não ia pedir...
Ao chegar à porta do embarque, eu e a deputada Rosinha da Adefal, também cadeirante, vimos que nada havia sido providenciado. Todos os passageiros embarcaram e ficamos nós duas lá. Sem acesso à aeronave.
Liguei para minha assessora avisando sobre o que havia ocorrido e pedindo para que ela entrasse em contato com a Gol, enquanto eu tentaria contato com a Inframérica, que também não foi avisada para colocar o avião no finger. Conseguimos falar com a secretária do presidente da companhia, que afirmou que a AVIANCA emprestaria o ambulift. Mas, a Avianca, por sua vez, não dispõe deste equipamento.

A secretária foi muita solicita, mas a Avianca não tem esse equipamento.

No meu check in a funcionária disse que tinha a informação de que eu era cadeirante.

Chegou então a gerente da GOL e nos disse que “talvez ela não teria visto o e-mail passado a ela sobre o meu embarque".
Em meio à falta de informação e despreparo dos funcionários, encontrei uma lobby lady da TAM, que conseguiu uma carona no ambulift deles com outros passageiros cadeirantes que iam para Goiânia.

Fomos eu, a deputada Rosinha e mais um casal de idosos cadeirantes de carona no ambulift da TAM.

Ao chegar, finalmente, à porta do avião da Gol, após uma hora e meia, outra surpresa: minha cadeira não passava na porta da aeronave. E quando minha assistente pessoal entrou sozinha para ajeitar minha poltrona, foi vaiada por todos os passageiros, que aguardavam há mais de uma hora o avião sair.

Mesmo antes dela entrar eu já ouvia a agitação e gritaria que vinha do avião.

Fiquei sabendo por um garotinho, que viajava sozinho e sentou ao meu lado, que as pessoas irritadas acreditavam que o atraso se dava pela espera de algum político ‘figurão’
Na hora que entrei carregada rolou um silêncio.

Finalmente, ao desembarcar em Tocantins, já no Mamuth, uma multidão de fotógrafos aguardavam, além das autoridades que também já estavam lá esperando para solenidade.

Começou então um novo tumulto com os passageiros que iam para Brasília, porque o mesmo avião em que estávamos faria em seguida a conexão Brasília - São Paulo. Conclusão: atrasos em cadeia.

Brasília/ Palmas (1 hora e meia de atraso) Palmas/ Brasília (2 horas e meia) Brasilia/São Paulo (mais de 3 horas).

Isso significa que a falta de acessibilidade causou transtorno para dezenas de pessoas, que perderam conexões e, consequentemente, reuniões, compromissos...

Conversei com o presidente da Infraero e muitos Ambulifts estão sendo comprados.

E o Mamuth também será multiplicado em aeroportos do país.
Até quando o passageiro com deficiência será colocado em segundo plano?

Além dos transtornos causados aos cadeirantes, a falta de acessibilidade prejudicou todos os passageiros dos três vôos.

Descrição da imagem para cego ver: Foto do ambulift da TAM por dentro, com Mara e outros passageiros sendo acomodados.
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