O fracasso da área energética
Estamos vendo com perplexidade o desmonte das grandes estatais
que sobraram no Brasil. De uma forma direta ou indireta prepara-se a doação do
controle dessas empresas a quem pagar mais.
No Paraná o Estado do Paraná tem uma dívida colossal para a
Copel, adivinhem o que devem estar sugerindo...
O Governo Federal deu o exemplo, para controlar a inflação
provocada pela Copa do Mundo e outros gastos sem retorno aumenta juros e vende
em retalhos a Petrobras. A Eletrobras foi demolida sob a desculpa formalista de
licitar concessões e combate à inflação atual.
Há alguns anos a Vale do Rio Doce, por exemplo, caiu no colo
de alguns cidadãos hábeis e bem relacionados...
A exploração do nióbio em Minas Gerais serviu de modelo?
Tudo acontece sem um plano Brasil de desenvolvimento, o que
vale é PAC; PACs estropiados e mal conduzidos criaram um manto de dúvidas sobre
os brasileiros. Os políticos contaram minutos e segundos esperando o final dos
prazos para garantir legendas e menos concorrentes nas eleições deste ano. Vamos
escolher nossos candidatos ao Poder Executivo entre que alternativas?
E o Setor Energético?
Mais um apagão no Brasil. Virou rotina.
O modelo do Setor Elétrico criou uma parafernália que nem os
computadores e gênios mundiais saberão dar confiabilidade. Nenhum algoritmo ou
sistema de processamento de dados funciona quando as informações não prestam e
as unidades operacionais não têm poder para atender o que antigamente (década
de setenta) era rotina, o poder e a responsabilidade real sobre estados a quem
as concessionárias, verticalizadas, atendiam seus clientes podendo concentrar
recursos humanos e materiais onde fosse necessário. Graças à criação das
estatais estaduais chegamos a ter planos reais de atendimento em todos os
serviços essenciais com padrões crescentes de qualidade, exceto em lugares
selvagens de nosso imenso Brasil.
Os choques do petróleo e o excesso de confiança no futuro mataram
os generais...
Com FHC, Lula e Dilma agora temos uma quantidade incrível de
empresas, nenhuma delas, decidindo, para exemplificar, como o Paraná, o Amapá e
o Ceará deverão ser atendidos. O que decide
é algo que falta descobrir ou sabemos contaminar tudo no Brasil. Em tempo,
nominalmente existe uma constelação de repartições públicas federais e a EPE e o
ONS, órgãos com atribuições e responsabilidades desproporcionais a seus
recursos e entendimentos.
Os aprendizes de feiticeiro que fizeram essa balbúrdia falam
muito bem em economês e modelos acadêmicos, será que em algum dia entenderam o
que é uma usina de energia elétrica, subestação, linha de transmissão e o que
significa qualidade e confiabilidade? Isso interessa a eles ou preferiram
atender a FIESP, entre outras corporações que parecem estar nas mãos das eletrointensivas?
A industrialização mais sofisticada, as cidades modernas,
instalações complexas e a segurança de todos nós dependem de serviços essenciais
de boa qualidade. Existem?
Estamos mais uma vez vendo e ouvindo explicações anêmicas de
tudo o que nos assusta, afinal, ninguém quer contrariar seus chefes e
patrocinadores...
O que se deve lamentar é a omissão de entidades que deveriam
estar mais atentas ao que acontece no Brasil, ou tudo isso seria o resultado
natural de nossa renúncia à independência real?
O setor elétrico é um exemplo do que acontece com um país cujos
líderes abraçam teorias modernosas e esquecem a complexidade e a reponsabilidade
inerentes a seus cargos.
Cascaes
4.2.2014
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