Poucas vezes os brasileiros se viram diante de uma situação
tão absurda quanto a gerada pela proposta de importação de médicos cubanos,
feita de forma confusa, estranha e prepotente.
A titular da Presidência foi pessoa com poderes excepcionais
no Governo anterior, teve, portanto, tempo para colocar essa questão com
antecedência e de forma democrática, expondo a disposição de atender quem
precisa de assistência médica ou (???).
A impressão dada pelo Planalto é a de improvisação e
afirmação de autoridade, querendo conquistar o povo mais humilde após o vexame
sofrido em junho deste ano.
O desastre, contudo, completou-se com a reação
desinteligente de entidades médicas, incapazes, por exemplo, de perceber que o
rigor de luxos corporativos está muito longe do Brasil que precisa recorrer a
curandeiros e chás, pois nem receita médica para comprar um antibiótico é capaz
ou possível.
Mais ainda, que competição terão de médicos em cidades e
vilas que não sabem nem onde ficam (exceto consultando sistemas de busca)?
Sabemos que muitas doenças são fatais se não forem resolvidas
rapidamente.
Nesse Brasil tropical com baixíssima densidade populacional
e sem autopistas, aeroportos, trens de alta velocidade e disposição para
atender os mais pobres é utopia imaginar, em curto prazo, uma solução diferente
do que flexibilizar rigores médicos e levar ao interior médicos, enfermeiros,
farmacêuticos assim como olhar com mais seriedade a medicina não convencional.
Os ânimos estão exaltados e a radicalização política ganha
espaço. Inacreditavelmente ainda prevalecem convicções pré-históricas, não se
aproveitando ensinamentos que do passado tivemos como excelência, o de amor ao
próximo e respeito mútuo.
Precisamos de um armistício, baixar a poeira e debater em
todos os cantos do Brasil, principalmente onde não existem médicos e hospitais,
como mudar no menor prazo possível o atendimento médico, clínico, laboratorial,
hospitalar etc. em todos os seus aspectos.
Não podemos fazer milagres, mas até Chico Xavier mostrou o
que gente especial é capaz de fazer.
O teatro do absurdo se instala no Brasil, prejudicando a
todos. Para quê?
Graças aos jovens demos ao mundo um exemplo pacífico (quem
promoveu a violência?) de mobilização a favor de questões essenciais.
Estamos chegando a agosto, mês assustador no Brasil. Constatamos
que descremos de nossas autoridades, não sem razão. Isso significa a
necessidade de em todos os clubes de serviço, ONGs, associações discretas e
secretas, universidades, associações de bairros, favelas pobres e milionárias
assumirmos a discussão da questão médica, assim como de outras, em especial a
corrupção que nos leva a duvidar inclusive de remédios genéricos.
Podemos, aproveitando o momento até de pânico em todos os
níveis de governo, colocar com firmeza boas propostas com excelentes chances de
sucesso.
Podemos imaginar tudo, menos a de que os governantes,
principalmente do Poder Executivo (municípios, estados e União) queiram fazer
más administrações.
Corruptores e corruptos devem estar preocupados...
Junho pode se repetir com mais intensidade.
Cascaes
25.7.2013
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