segunda-feira, fevereiro 04, 2013

De tudo isto, é de se imaginar se os consumidores irão utilizar o valor que foi economizado da redução tarifária para poupança ou investimento. Ou se aumentarão os seus níveis de consumo de energia, mantendo os valores históricos de pagamento.


De: Luis Eduardo Knesebeck [mailto:luis_eduardo_knesebeck@yahoo.com.br]
Enviada em: sexta-feira, 25 de janeiro de 2013 11:40
Para: Joao Cascaes
Assunto: Mais do mesmo?

O jornal O Globo publicou neste último dia 10 uma notícia de que o governo estuda incorporar as usinas termelétricas no modelo energético básico do país. Isto significa dizer que estas usinas não passarão a ser usadas exclusivamente como ´back up´ das hidrelétricas, mas sim serão despachadas na operação normal do sistema. Esta mudança foi endossada por técnicos, ao dizer que o modelo de construção de usinas hidrelétricas a fio d´água (com pequeno reservatório de acumulação) não permite a estocagem de água, como nas usinas mais antigas.

Isto nos remete a uma consequência já admitida pelas autoridades governamentais, a de que a operação térmica importará em mais custo na tarifa paga pelo consumidor. Com a diferença que este custo será permanente e não temporário, como se tem dito nos últimos dias!

Lembrando da promessa da presidente Dilma de redução dos preços de luz para os brasileiros, já sabemos que o valor original prometido para o desconto foi mais prejudicado pela não adesão das usinas da CESP e CEMIG à renovação antecipada das concessões. ...e que a redução das tarifas de transmissão também incluiu na medida provisória um ressarcimento mensal para as transmissoras ao longo do novo prazo da concessão, que na prática significa uma adição a tarifa. ...e que os novos valores deverão ser reajustados na próxima revisão tarifária das distribuidoras, obviamente para cima devido ao uso de geração térmica em 2011-2012 ...e que...!

De tudo isto, é de se imaginar se os consumidores irão utilizar o valor que foi economizado da redução tarifária para poupança ou investimento. Ou se aumentarão os seus níveis de consumo de energia, mantendo os valores históricos de pagamento. Se a indústria e o comércio aproveitarem este momento favorável para investir esta sobra de caixa em, por exemplo, ações de eficientização, a iniciativa da presidente deverá ser aplaudida. Mas, por outro lado, se esta redução na tarifa de luz acarretar aumento no consumo de energia no país passaremos a conviver com mais do mesmo: alto consumo e ineficiência energética!

Luis Eduardo Knesebeck (luis_eduardo_knesebeck@yahoo.com.br) é conselheiro master da Associação de Profissionais da Copel e gestor do Clube de Investimentos Iguaçu. 

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