O cenário atual em torno da energia elétrica é algo
lamentável e indicador para qualquer leigo ou especialista de que existem
problemas no gerenciamento do Setor Elétrico.
Felizmente o Brasil deu uma “paradinha” em seu crescimento,
que, esperamos, seja a paradinha antes de chutar o pênalti contra o
subdesenvolvimento.
Se o pibinho foi intencional ou não, ele salvou o Brasil de
um grande racionamento de energia. Com toda a brecada que tivemos, estamos
quase tangenciando o limite de capacidade do sistema, inclusive forçando
transferências enormes de energia entre regiões, o que aumenta muito a
possibilidade de grandes apagões.
Podemos escapar dessa vez, mas é fundamental que nossas
organizações e especialistas analisem com profundidade e isenção de ânimo o que
está acontecendo. Precisamos parar com a desinformação e analisar o que
relatórios técnicos mostram porque não podem ser escondidos.
Neste cenário podemos ter longos períodos de racionamento,
principalmente em regiões sem opções de produção de energia elétrica, se um
tornado derrubar linhas de “extra alta tensão” [i],
queima de transformadores ou perdas duradouras em lugares estratégicos.
Obviamente sempre dirão que houve falha humana, mas o que temos nessa área,
mais do que estratégica, é uma coleção de diretrizes perigosas.
O modelo atual impôs a separação das áreas de geração,
transmissão e distribuição de energia, acabando com uma sinergia que era
fantástica em concessionárias bem dirigidas. Partimos para lógicas simplórias
tais como, simplesmente, baixar tarifas.
Assim as empresas foram obrigadas a economizar onde não
poderiam, chegando ao absurdo do que vemos em Curitiba, onde as redes aéreas de
distribuição da Copel se transformaram em varais mal feitos e extremamente comprometedores
da qualidade de serviços, da eletricidade à comunicação.
Uma árvore que desabe sobre essas linhas desliga tudo,
inclusive facilidades de avisar que falta energia, tudo isso além da tenebrosa
poluição visual. Quando teremos ampliação da rede subterrânea (A COPEL E A EVOLUÇÃO DAS REDES DE DISTRIBUIÇÃO) agregando avanços
importantes, como, por exemplo, a reforma das calçadas (Reurbanização Inclusiva) ?
Dos nossos varais às grandes hidrelétricas haveria muito a
ser feito. A renovação de concessões deveria ter sido tema de grandes
seminários entre agentes e clientes, do mais humilde ao mais poderoso. Veio
como uma tijolada (MP 579 -
MEDIDA PROVISÓRIA Nº 579, DE 11 DE SETEMBRO DE 2012.) no velho e malfadado
padrão autoritário (Medida provisória).
Precisamos lembrar que a eletricidade é vital à vida
moderna. Essa condição exigiria margens de segurança substanciais, pois nosso
padrão de produção significa um aumento em torno de 1,4% no consumo de energia
elétrica para cada 1% de aumento do PIB. Daí dizermos que o pibinho salvou o
Brasil, se tivermos um pibão e as grandes usinas não entrarem em operação de
acordo com o calendário estabelecido (vide o (PAR - Plano de Ampliação e Reforços) ) a possibilidade de
complicações será elevada.
Conhecemos o suficiente para afirmar que tanto instalações
muito novas quanto as antigas poderão falhar ou ter limitações que só o tempo
de operação mostrará.
Precisamos da boa estrela de nossa Presidenta e de sua
equipe para não termos mais complicações. De qualquer modo a estruturação do
Setor Elétrico deixa a desejar à medida que dilui tremendamente
responsabilidades tão elevadas quanto o atendimento energético de nosso povo.
Cascaes
8.1.2013
A COPEL E A EVOLUÇÃO DAS REDES DE DISTRIBUIÇÃO. (s.d.). Fonte: COPEL:
http://www.copel.com/hpcopel/redesub/apresentacao.html
Cascaes, J. C. (s.d.). Fonte: Reurbanização Inclusiva:
http://reurbanizacao-inclusiva.blogspot.com.br/
MP 579 - MEDIDA PROVISÓRIA Nº 579, DE 11 DE SETEMBRO
DE 2012. (s.d.). Fonte:
planalto.gov.br:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/mpv/579.htm
PAR - Plano de Ampliação e Reforços. (s.d.). Acesso em 8 de 1 de 2013, disponível em ONS:
http://www.ons.org.br/plano_ampliacao/plano_ampliacao.aspx
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