sábado, janeiro 05, 2013

E as concessionárias de energia elétrica? Como fica a qualidade de seus serviços?


Transparência técnica e os apagões
O Setor Elétrico tem se degradado substancialmente, tanto por motivos alheios a sua formação quanto pela má gerência de suas instalações. Apagões inacreditáveis viraram rotina, desligando milhões de consumidores de forma inesperada e perigosa.
A falta de energia elétrica é um pesadelo que pode matar, causar grandes prejuízos materiais e afetar pessoas sensíveis. Quanto vale isso tudo? Pior ainda é a falta de percepção de causas e efeitos desses fenômenos, num povo que mal procura saber suas razões, pois perdeu a fé nas repartições públicas e leis, normas, decretos, regulamentos, contratos de concessão, carimbos etc. feitos teoricamente para protegê-los.
O calvário (e os resultados obtidos) que percorremos quando temos prejuízos e queremos providências chega ao ridículo ao se ler respostas dadas por algum funcionário devidamente escondido no outro lado da linha ou conexão via internet.
Nossas cidades mudaram demais nesse meio século que passamos de mecanismos de relojoaria para os computadores, de carros caríssimos e raros para automóveis bonitos e baratos, mais ainda na dependência da energia elétrica, onipresente em todas as nossas atividades.
Deveríamos aprimorar serviços de geração, transmissão e distribuição de eletricidade, mas vimos o contrário. O último lance foi a Medida Provisória 579 (MP 579 - MEDIDA PROVISÓRIA Nº 579, DE 11 DE SETEMBRO DE 2012.), que colocou a questão “tarifas” acima de qualquer outra visão desse serviço mais do que essencial, é a continuação de um desmonte que o cidadão não percebe, mas é real a partir da situação em que as concessionárias não têm mais responsabilidade sobre regiões, estados ou municípios (exceto as de distribuição, muito mal e porcamente). O que vale é a contabilidade e indicadores financeiros, Engenharia? Isso é coisa de chato.
A MP 579 bateu fundo, foi um tiro no pé do próprio Governo. Afetou a credibilidade do Poder Concedente e causou um desastre de consequências ainda imprevisíveis. Qualquer serviço essencial exige continuidade técnica e aprimoramentos que nem os chefes intermediários dominam. Nas empresas cria-se um clima de confiança que é fundamental, só possível quando ela é formada e mantida com alguns credos de existência. Isso perdeu-se no mercantilismo radical da modelagem atual.
O desastre é visível nas bolsas de valores e no desânimo daqueles que trabalham de verdade no Setor Elétrico. E agora, João?
Os eletricitários têm se mostrado cordatos, pacíficos e mal representados pelos seus sindicatos. Viraram commodities. Os PDVs acontecem furiosamente, num esforço sem precedentes de esvaziar as empresas daqueles que sabiam e amavam seus postos de trabalho, privatização à vista?
Os apagões poderiam ser piores, escapamos na tangente de um grande racionamento, ou o São Pedro o protelou. Uma série de indicadores climáticos alerta para um ano difícil. Como iniciamos 2013? O portal do ONS, Operador Nacional do Sistema Elétrico mostra na primeira página os gráficos de demanda e de situação dos reservatórios, vale a pena ver em (Últimas atualizações).
Felizmente nesse caso temos informações de domínio público de extremo valor para chefes de família, empresários, síndicos etc.
Deixar para agir quando o pior acontecer é má política e o SIN (Sistema Interligado Nacional) precisa ser carregado ao máximo, até desprezando cuidados técnicos, para aproveitamento de qualquer gota de chuva, aumentando os riscos de apagões.
Falha humana? Sim, como chegamos a essa situação?
Cascaes
5.1.2013

MP 579 - MEDIDA PROVISÓRIA Nº 579, DE 11 DE SETEMBRO DE 2012. (s.d.). Fonte: planalto.gov.br: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/mpv/579.htm
Últimas atualizações. (s.d.). Acesso em 5 de 1 de 2013, disponível em ONS: http://www.ons.org.br/home/


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olhando ônibus, ruas, NY, e conversando com o Áurio

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