Gabarito de veículos – barreiras aéreas
Em Curitiba existe uma ponte de ferro que já causou muitas
interrupções no trânsito da cidade. Até copeliano bateu com seu caminhão nessa
estrutura trazendo equipamentos. É algo que limita a utilização da rua e pode
complicar em algum momento delicado.
Ônibus modernos, caminhões de serviço e até carros de som
com plataformas altas podem ser objeto de acidentes trafegando pela cidades
brasileiras. Ao contrário da maioria das vilas e cidades de países mais
desenvolvidos, aqui as redes de distribuição de energia e telecomunicações são
aéreas, criando limitações de qualidade, risco de acidentes graves e poluindo
as cidades.
Infelizmente não percebemos atuação enérgica de nossas
autoridades para que isso seja corrigido. A moda é falar em tarifa baixa, ainda
que isso signifique uma fragilidade enorme nos serviços das concessionárias,
possibilidade de acidentes enormes e a degradação ambiental. No caso das redes
aéreas temos ainda a obstrução aleatória de calçadas, transformadas em faixas
de servidão, ironicamente sob responsabilidade dos proprietários de imóveis.
Estamos no império de concessionárias que, inexplicavelmente,
permanecem intactas apesar da qualidade deplorável de seus serviços. Alguma
“força oculta” move o Brasil num processo de deboche contra o cidadão comum.
Os cuidados estão sempre do lado oposto ao do povo
brasileiro.
Pessoas mais antigas, da época em que se amarrava o cavalo
em travessas na frente de casa, continuam mandando e criando escola. O que vale
é o desenho na calçada e usar carroças, carros de mola ou simplesmente caminhar
pela rua quando o passeio for impraticável de outra forma.
Mundo das contradições e explicações maldosas, Curitiba
adotou os shoppings centers. Talvez por isso não interesse valorizar o comércio
em ambientes abertos. Em compensação temos parques onde, estranhamente, não
encontramos o tão amado petit pavê...
Mas, como dizíamos, temos um novo padrão de gabarito
imprevisível na capital do Paraná. Os horrendos cabos de telecomunicações
(normas técnicas? Compartilhamento dos cabos, normas de instalação desses
cabos?) definem a altura do veículo que pode passar por baixo. O resultado,
dada a precariedade do serviço de instalação feito, é a ruptura dos cabos e o
risco de acidentes maiores.
Difícil, contudo, é entender a omissão de prefeitos e
vereadores. Ainda que o Poder Concedente seja a malfadada União, devemos e
podemos estabelecer condições de utilização do espaço urbano. Quando
questionamos essa questão ouvimos explicações simplórias e todos parecem
esquecer os privilégios dos usuários de veículos automotores, para quem até se
cogitou desmanchar a ponte de ferro. Dois pesos e duas medidas ou muita
incompetência, é demais!
O pior é que essa praga acontece em outras cidades. Em
Blumenau, na semana passada, encontramos a Rua 7 de Setembro parcialmente
interrompida porque um caminhão rompeu um cabo “pesado” de telecomunicações.
A degradação de nossas ruas é evidente, cabos e fios de toda
espécie alimentam o varal criado pela rede de distribuição de energia elétrica.
Até quando seremos obrigados a conviver com essa
monstruosidade?
Cascaes
21.1.2013
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