quarta-feira, novembro 21, 2012

Vamos usar direito o 156?


Sistema de informações diretas
Uma das melhores experiências que tivemos na Presidência da COPEL foi a instalação de uma rede de informações que usando um software da época (1993) permitia a qualquer gerente da COPEL acompanhar dados operacionais do sistema, além de servir de instrumento de comunicação tipo internet.  O sistema evoluiu ao ponto de quando um consumidor de energia elétrica reclamava tínhamos como, em poucos segundos, saber em detalhes o que havia acontecido em sua conexão à rede.
Isso veio das dificuldades de acompanhamento do nível dos rios durante períodos críticos e chegou ao mais simples dos problemas da empresa, gradativamente a COPEL formou um sistema (usando sua própria equipe de TI) que lhe deu um tremendo desempenho operacional.
Nessas últimas décadas vimos grandes autoridades usarem a desculpa de que não sabiam de nada, quando todos que entendiam do assunto viam o circo pegar fogo.
Os problemas são muitos e a necessidade do Poder Executivo se apoiar em partidos, que simplesmente usufruem do horário eleitoral cedido em campanha, é um desastre para o nosso povo.
Um governo sério e responsável quer e precisa conhecer as dificuldades do povo que dirige, algo muito difícil diante da filtragem dos bajuladores e dependentes de DAS.
As técnicas de comunicação e administração de dados já permitem sistemas excelentes de coleta e organização das informações, convertendo tudo em gráficos, sistemas georreferenciados, expectativas e até indicação de causas.
Nos EUA o Presidente Barack Obama mostrou como usar tudo isso a favor de suas campanhas. Aqui, além desse subproduto, o executivo poderá avaliar sua gestão diariamente.
Temos inúmeros indicadores de reclamações que terminam nas mãos de pessoas sem empolgação com a administração a que estão subordinadas, simplesmente porque o titular esquece que poderia usar melhor os sistemas existentes.
Precisamos de profissionais mais arrojados, inovadores e capazes de falar diretamente com os poderosos, sem intermediários.
Aliás, chefe é igual à impedância (resistência completa em energia elétrica). Se não existe teremos curtos circuitos, se for excessiva, impedirá que se transmita o máximo de energia. Aliás, excesso de chefes  é um conceito que precisa acabar. Qualquer subordinado de qualquer entidade deve poder contatar (assumindo responsabilidades técnicas) seus superiores. O gerente imediato deve ser apenas um orientador, organizador, planejador e apoiador dos seus subordinados. Cobranças, sim, em cima de dados e fatos.
Infelizmente temos mitos em excesso na área de RH que atrapalham mais do que ajudam.
Os funcionários excepcionalmente bons não são os mais disciplinados, bem comportados. Precisamos de gente que tenha coragem de dizer de forma polida o que pensa. Principalmente o próprio povo, consumidor e contribuinte.
Marcando o um x na coluna certa ou teclando um número indicativo podermos ajudar muito o governo, em qualquer nível, a ser eficaz.
O sistema 156 poderia ser isso tudo. Ampliado e enriquecido com novas técnicas de consulta será um tremendo apoio aos governantes. O fundamental é que o sistema funcione sem qualquer interferência, carimbos, papéis sujeitos à manipulação, seja de quem for.
A precariedade das fiscalizações formais é uma endemia assustadora no Brasil, país educado para ser servil. Maravilhosamente uma nova geração de brasileiros está a caminho, com todo o potencial das redes sociais e sistemas de processamento de dados.
O governo pode, em qualquer nível, evitar surpresas desagradáveis com um bom sistema de reclamações, algo parecido ao 156 que temos em Curitiba, mas sem qualquer preocupação em criar respostas, apenas registrando e organizando as reclamações.
Resposta? Um bom governo!

Cascaes
21.11.2012

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