Sistema de informações diretas
Uma das melhores experiências que tivemos na Presidência da
COPEL foi a instalação de uma rede de informações que usando um software da
época (1993) permitia a qualquer gerente da COPEL acompanhar dados operacionais
do sistema, além de servir de instrumento de comunicação tipo internet. O sistema evoluiu ao ponto de quando um
consumidor de energia elétrica reclamava tínhamos como, em poucos segundos,
saber em detalhes o que havia acontecido em sua conexão à rede.
Isso veio das dificuldades de acompanhamento do nível dos
rios durante períodos críticos e chegou ao mais simples dos problemas da
empresa, gradativamente a COPEL formou um sistema (usando sua própria equipe de
TI) que lhe deu um tremendo desempenho operacional.
Nessas últimas décadas vimos grandes autoridades usarem a
desculpa de que não sabiam de nada, quando todos que entendiam do assunto viam
o circo pegar fogo.
Os problemas são muitos e a necessidade do Poder Executivo
se apoiar em partidos, que simplesmente usufruem do horário eleitoral cedido em
campanha, é um desastre para o nosso povo.
Um governo sério e responsável quer e precisa conhecer as
dificuldades do povo que dirige, algo muito difícil diante da filtragem dos
bajuladores e dependentes de DAS.
As técnicas de comunicação e administração de dados já
permitem sistemas excelentes de coleta e organização das informações,
convertendo tudo em gráficos, sistemas georreferenciados, expectativas e até
indicação de causas.
Nos EUA o Presidente Barack Obama mostrou como usar tudo
isso a favor de suas campanhas. Aqui, além desse subproduto, o executivo poderá
avaliar sua gestão diariamente.
Temos inúmeros indicadores de reclamações que terminam nas
mãos de pessoas sem empolgação com a administração a que estão subordinadas,
simplesmente porque o titular esquece que poderia usar melhor os sistemas
existentes.
Precisamos de profissionais mais arrojados, inovadores e
capazes de falar diretamente com os poderosos, sem intermediários.
Aliás, chefe é igual à impedância (resistência completa em
energia elétrica). Se não existe teremos curtos circuitos, se for excessiva,
impedirá que se transmita o máximo de energia. Aliás, excesso de chefes é um conceito que precisa acabar. Qualquer
subordinado de qualquer entidade deve poder contatar (assumindo
responsabilidades técnicas) seus superiores. O gerente imediato deve ser apenas
um orientador, organizador, planejador e apoiador dos seus subordinados.
Cobranças, sim, em cima de dados e fatos.
Infelizmente temos mitos em excesso na área de RH que
atrapalham mais do que ajudam.
Os funcionários excepcionalmente bons não são os mais
disciplinados, bem comportados. Precisamos de gente que tenha coragem de dizer
de forma polida o que pensa. Principalmente o próprio povo, consumidor e
contribuinte.
Marcando o um x na coluna certa ou teclando um número
indicativo podermos ajudar muito o governo, em qualquer nível, a ser eficaz.
O sistema 156 poderia ser isso tudo. Ampliado e enriquecido
com novas técnicas de consulta será um tremendo apoio aos governantes. O
fundamental é que o sistema funcione sem qualquer interferência, carimbos,
papéis sujeitos à manipulação, seja de quem for.
A precariedade das fiscalizações formais é uma endemia
assustadora no Brasil, país educado para ser servil. Maravilhosamente uma nova
geração de brasileiros está a caminho, com todo o potencial das redes sociais e
sistemas de processamento de dados.
O governo pode, em qualquer nível, evitar surpresas
desagradáveis com um bom sistema de reclamações, algo parecido ao 156 que temos
em Curitiba, mas sem qualquer preocupação em criar respostas, apenas
registrando e organizando as reclamações.
Resposta? Um bom governo!
Cascaes
21.11.2012
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