quinta-feira, novembro 29, 2012

Formação de boas equipes de profissionais



A ignorância técnica é um risco monumental que países subordinados a continhas primárias de custos sofrem. Na Engenharia isso é um desastre, até porque ela não aparece com pompa e circunstância como em outras profissões.
Um exemplo dessa ignorância espantosa são os famosos PDVs. Ignorância ou esperteza, pois com eles gente que “vestia a camisa” sai da empresa, principalmente quando for estatal, deixando-a nas mãos de personagens conhecidas no mundo dos negócios.
Para o povo em geral o que de pior pode acontecer é a exposição a riscos de acidentes e serviços ruins. Temos já uma coleção de tragédias com empresas feitas para essencialmente terem lucros fascinantes, a qualquer preço.
Os Conselhos de Defesa da Profissão dão a ilusão de que diplomas e carimbos são suficientes. Se algo der errado, seus chefes terão a oportunidade de dar entrevistas e aparecer com destaque na mídia. A culpa é do profissional...
Está na hora de compreendermos que a competência profissional é o resultado de muitos anos de treinamento e trabalho duro, objetivo, sério e eficaz. Os profissionais saem das universidades com formação primária, insuficiente, exceto em atividades burocráticas. As coisas não se resumem a continhas de preço e taxas de retorno. Aliás, essa é uma boa maneira de se avaliar bons gerentes, quando os questionamentos se centralizam no economês primário, dá vontade de chorar.
O Setor Elétrico entrará em um novo padrão de risco. As concessões serão relicitadas. Sem maiores estudos e discussões, hidroelétricas gigantescas passarão a fazer parte do portfólio de companhias maiores, talvez estrangeiras, a serem usadas para “aumentar a competitividade delas”. Quanta ingenuidade!
Dizem que a ANEEL fará a vigilância, com quem? De que maneira?
Naturalmente muito do que se fez durante anos para formar boas equipes será perdido, se as equipes técnicas já não foram dispersas. Aliás, foram. Visitando grandes estatais ficamos sabendo que equipes completas desapareceram após a decisão de alguns DAS. Ou seja, estatais ou privatizadas a maioria delas não têm mais o que se fez com tanto esforço, seus bons profissionais.
Alguém poderá dizer que tudo pode ser terceirizado, com os critérios de menor custo?
Precisaríamos de alguma entidade livre da influência deletéria dos DAS e acionistas avarentos para uma avaliação de risco real. Vimos no Japão o que significou a prorrogação da concessão das usinas nucleares sem maior atenção para suas fragilidades. O mundo convive com instalações que podem ter aparentemente pequenas probabilidades de acidentes catastróficos, mas que analisadas sob o prisma rigoroso de causas e efeitos de administrações ruins deixariam a Humanidade apavorada.
Talvez estejamos entorpecidos pela Guerra Fria, quando poucas pessoas, por mais idiotas que fossem, poderiam dar a ordem do Armagedon. Quem sabe tenhamos a passividade argentina de aceitar apagões diários ou sejamos capazes de saber que nossos rios se enchem de produtos venenosos, pois não devemos diminuir a competividade de certas atividades exportadoras...
Louvamos os esforços de nossa Presidenta Dilma Rousseff, lamentamos, contudo, tantos anos de alienação e ignorância que deixaram o Brasil desse jeito.
E agora Manuel?

Cascaes
29.11.2012

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olhando ônibus, ruas, NY, e conversando com o Áurio

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